Trabalho em escola pública. Minha filha alguns anos atrás no último ano do ensino fundamental ganhou bolsa de estudos em das escolas católicas mais bem conceituadas da cidade de São Paulo e alguns anos atrás, eu defenderia a Constituição Federal e todas as alegações com unhas e dentes. Hoje, minha filha, com 20 anos, está encerrando sua primeira licenciatura. E já vai começar uma família. Se a legislação não mudar, já estou pagando pedágio para completar 50 anos e me aposentar com proventos integrais. Já disse que se a legislação permitir, cuidarei da educação do meu neto. Não quero meu neto exposto ao que está aparecendo agora. Crianças cada vez mais violentas. Mas violentas mesmo. E tanto faz. Escola pública ou particular. A diferença é que na pública se toma alguma providência. Na particular, se passa a mão na cabeça, é mais um número e boleto que não podem perder. Já no ciclo I a sexualidade está a flor da pele, com 8, 9 anos. No ciclo II, não pode ter um espaço sem movimento na escola. Até dentro da lixeira é espaço para fazer... Drogas, se não têm. Inventam. Cheiram até o pó daquele pirulito que você molha no pó. Fazem carteirinha daquilo. Ligamos para o fabricante. Nunca imaginaram a situação. Mas consultaram. É extremamente perigoso grudar nas vias aéreas e solidificar. Olha quanta coisa boa aprendem. Fora o bullying praticado por professores e alunos. Não sei qual deles é pior. Tem a violência física, que é absurda. Tem a violência emocional. Tem a brincadeira de qual professor eles beijam, abraçam ou matam. Também tem as questões pornográficas. No meio disso, tem uns 15 alunos que conseguem decodificar as letras no final do ensino fundamental. Entenda: é diferente de saber ler e escrever e compreender o que está lendo e escrevendo. Uns 5 alunos chegam nessa parte. E outros 15, não sabem em que planeta vivem. No ensino médio. As únicas preocupações: sexo, drogas e Helipa (favela do Heliópolis); bailes funks. Quem não usa, não pode usar o banheiro. Minha filha ficou com problema de rim. Os seguranças não entram no banheiro. Quem a ensinou? Eu. Nota do ENEM, poderia ter entrado na USP. Dei beijinho, beijinho, tchau, tchau. Chega de nóia. Então, pergunto: pra que ir na escola? Tá cheio de lugares para socializar. E concordo com o casal, se viemos do macaco, qual o motivo dos macacos não continuarem evoluindo? Meu neto vou lutar para estudar em casa. Detalhe: fora os piolhos que não têm nenhum tipo de preconceito.